A Bahia enfrenta uma grave crise de violência sexual contra crianças e adolescentes. Dados recentes revelam que, em 2024, o estado já contabiliza mais de 1.600 casos de estupro envolvendo vítimas de até 19 anos. O dado mais alarmante é que apenas cerca de 30% dessas ocorrências foram formalmente registradas pela Polícia Civil, o que evidencia uma preocupante subnotificação dos crimes.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, 71% das vítimas de estupro na Bahia são crianças de até 14 anos. Em 2023, o estado teve uma média de 14 casos por dia, totalizando 5.302 ocorrências no ano. A maioria das vítimas são meninas negras, e em 64% dos casos os agressores são familiares próximos, sendo 61,7% dos crimes cometidos dentro da própria casa.

A subnotificação é um dos maiores obstáculos no enfrentamento desse tipo de violência. Muitas vítimas, especialmente as crianças, são silenciadas por medo, ameaças ou dependência emocional e financeira dos abusadores. De acordo com Narrúbia Melo Teixeira, coordenadora do Serviço Viver, mesmo sem verbalizar, as vítimas manifestam sinais através de mudanças comportamentais e físicas.

O Ligue 180, canal de atendimento à mulher, registrou um aumento de 27,3% nas denúncias em 2024 na Bahia, com 5.777 registros até julho. A maior parte das denúncias é feita pelas próprias vítimas, e a residência continua sendo o principal cenário dessas violências.

A sociedade precisa estar vigilante e pronta para agir diante de qualquer suspeita. As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos canais:

Disque 100 – Central de Direitos Humanos
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
Delegacias Especializadas – Atendimento presencial ou online
A proteção das crianças e adolescentes é uma responsabilidade coletiva.

Com informações do BahiaNoticias