Funcionário da Cultura chama todos os vereadores de Itanhém de palhaços e presidente da Câmara defende Legislativo
Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Itanhém, realizada na última segunda-feira (9), o presidente da Casa, vereador Paulinho Correia (PSB), utilizou parte de sua fala para exibir dois áudios de um servidor público municipal, lotado na Secretaria de Educação e Cultura. Os áudios foram reproduzidos no telão da Câmara, para que os demais vereadores e o público presente pudessem ouvir o conteúdo.
O servidor citado é Lusimar Souto Brandão, conhecido como Nem Galego, que foi candidato a vereador pelo Democracia Cristã e obteve 105 votos na eleição mais recente.
O trecho dos áudios mais provocativo chama todos os vereadores de palhaços, corruptos e incompetentes.
“Eu quero dizer muito mais nesse momento. Eu não falo que essa Câmara é um circo, formada por onze palhaços? Isso é uma palhaçada. Vereadores dizer que precisa de prova... Prova é o que tem sobrando, seus idiotas, prova é o que tem sobrando, seus corruptos incompetentes! Prova é o que tem sobrando. Isso é uma palhaçada, isso é uma palhaçada tremenda!”, diz um dos áudios.
Durante sua fala, Paulinho Correia destacou o teor das declarações feitas por Nem Galego nos áudios e criticou duramente sua conduta funcional. Segundo o presidente da Câmara, o servidor declarou não cumprir sua carga horária de 40 horas semanais e afirmou que teria sido contratado para “pensar”, não para trabalhar. Ainda conforme Paulinho, o servidor teria zombado da população e feito ataques à Câmara e aos vereadores nas redes sociais.
O vereador afirmou que Nem Galego ocupa o cargo de auxiliar de ajudante administrativo e ironizou dizendo que sua principal ocupação, em horário de expediente, era produzir conteúdos caluniosos nas redes sociais. Também questionou a atuação do servidor junto à Secretaria de Educação e Cultura, considerando inadequada sua conduta para uma pasta que lida com crianças e adolescentes.
“É vergonhosa a conduta desse servidor, é vergonhoso para a Secretaria de Educação e Cultura contratar um charlatão travestido de artista”, disse Paulinho Correia. O presidente ainda solicitou à mesa diretora que oficie o Executivo cobrando providências e, se necessário, encaminhe o caso ao Ministério Público.
Ao final de sua fala, o presidente afirmou que “a gente fala de gente ruim, mas fala de gente boa também”, e mudou de assunto, prosseguindo com o restante da pauta da reunião.
A reportagem do site Água Preta News procurou Nem Galego, que se manifestou sobre as declarações feitas na Câmara:
“Você sabe que com esses vereadores eu nunca vou entender, porque tem coisas que eu não aceito. Por exemplo, essas gratificações acima da realidade, carro locado... se a Câmara pode comprar um, então pra quê alugar? Eles vivem caçando uma brecha pra me detonar, mas eu não vou dar meu rabo pra ninguém puxar.
Em relação ao que aconteceu, eu já era destinado a ir pra Casa da Cultura. Já era pra eu ter começado a receber desde o começo do mandato, mas eu não quis. E esse mês agora que recebi, eu tive reunião com o prefeito mais de cinco vezes e com Políbio mais de dez vezes, discutindo projetos pra Casa da Cultura e elaborando projetos. Eles acharam mais do que merecido me pagar, e eu não vi nada de errado nisso. Por isso eu recebi o primeiro mês.
Você sabe, Edelvânio, você é um cara muito inteligente e você sabe do que eu tô falando. Eles são crus demais e não procuram ter conhecimento, porque são incompetentes mesmo. Você vai fiscalizar um funcionário, tem que saber se o setor dele tá em condições de trabalhar. Primeiro vê onde ele vai trabalhar e as condições do setor dele. Por isso eu falo que são despreparados, sem cultura nenhuma. Não sabem que trabalho cultural é de pensamentos, ideias e projetos e é isso que nós estamos fazendo, até que a Casa da Cultura, nosso local de trabalho, esteja adequada pra fazer eventos.
Sei que eles, os vereadores, vão me perseguir pro resto da minha vida. Eles têm que fiscalizar primeiro a casa deles, a Câmara, porque o povo tá reclamando que tem assessor que nem lá vai e isso sim é ganhar sem trabalhar. E ponto final. Meu muito obrigado.”